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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Guarda de Congo do Casarão comemora 124 anos da abolição da escravatura

Levantamento de bandeira e manifestações culturais marcam a festa e lembram o Dia de Preto Velho

O Centro Cultural Nhô Quim Drummond, o Casarão, foi palco das comemorações dos 124 anos da Abolição da Escravidão no Brasil, ocorrida no ultimo sábado, 12 de maio. A festividade que reuniu arte, história e cultura, lembrou ainda o Dia de Preto Velho e Nossa Senhora de Fátima, entidades fortemente presentes na cultura, manifestações de Congado e na herança afro brasileira.

A celebração contou com a presença do grupo Oficina da Capoeira, que se apresentou na Praça Tiradentes e logo após se juntou aos presentes no pátio externo do Casarão para ouvir uma palestra sobre cultura afro brasileira e preconceitos no século XXI, ministrada pelo folclorista, congadeiro e músico Mestre Saúva. Após a palestra, foi rezado o terço pela Guarda de Congo do Casarão sendo seguido pelo levantamento da bandeira e confraternização dos presentes com a tradicional feijoada.

Para o senhor José Roberto, coordenador de cultura popular do Centro Cultural e da Guarda de Congo do Casarão, congadeiro que dá nome à biblioteca do folclore, o dia 13 de maio é um dia muito especial para a cultura brasileira, pois nos traz à memória parte importante de um passado recente que ainda deixa marcas. “Essa manifestação muito rica, que mistura a cultura, herança africana e fé, nos faz lembrar dos tempos da escravidão e reforça a luta diária contra o preconceito e as diferenças. Conhecendo nosso passado vamos construindo nosso futuro resgatando nossa origem e responsabilidade com o passado e com a história” conclui.

A abolição da escravatura no Brasil

Os negros, trazidos do continente Africano, eram transportados dentro dos porões dos navios negreiros e dificilmente sobreviviam, em função das péssimas condições. Após o desembarque, eles eram comprados por fazendeiros e senhores de engenho, que os tratavam de forma cruel e desumana. A situação, mesmo recorrente, era considerada abusiva por parte de uma minoria (os abolicionistas).

Por 300 anos, a economia do país contava somente com o trabalho escravo para realizar as várias tarefas.  As providências para a libertação dos escravos deveriam ser tomadas lentamente. A partir de 1870, a região Sul do Brasil passou a empregar assalariados brasileiros e imigrantes estrangeiros; no Norte, as usinas modernizavam os primitivos engenhos, reduzindo a utilização de escravos. Nas principais cidades, aumentava o desejo por indústrias.

O primeiro passo para a liberdade foi dado em 1850, com a extinção do tráfico negreiro. Vinte anos mais tarde, foi declarada a Lei do Ventre-Livre (de 28 de setembro de 1871), que tornava livre os filhos de escravos que nascessem a partir de sua promulgação. Em 1885, foi aprovada a lei Saraiva-Cotegipe ou dos Sexagenários que beneficiava os negros de mais de 65 anos. Finalmente, em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea, a liberdade total foi alcançada pelos negros no Brasil.

Preto Velho

São chamados de Pretos Velhos as divindades purificadas de antigos escravos africanos. Sábios, ternos e pacientes dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos". Entidades que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria. Apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria, que trazem esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores.

Mandingueiros poderosos, com seu olhar perscrutador sentados em seu banquinho, fumam cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda, rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral, suas baforadas fazem a limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes.

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