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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Guarda do Casarão ganha primeiro uniforme

Secretário de Cultura e Comunicação Social, Fredy Antoniazzi, exibe a inédita farda da Guarda do Congo do Casarão. Uniforme pretende dar unidade às apresentações e valorizar cultura popular

A Guarda do Congo do Casarão recebeu hoje (11), pela manhã, as inéditas fardas do grupo. O material será usado pelos 50 integrantes, experientes congadeiros da região, durante as apresentações especiais e festas religiosas. A entrega foi feita pela Prefeitura no Centro Cultural Nhô-Quim Drummond para fortalecer a cultura popular.


O secretário de Cultura e Comunicação Social, Fredy Antoniazzi, explica que as vestimentas procuram dar unidade aos congadeiros durante as representações oficiais da cidade. Desde a criação da Guarda há três anos, os integrantes se apresentavam com roupas próprias. “O compromisso do governo Maroca é reafirmar a importância do congado para Sete Lagoas”, diz Antoniazzi. Na visão do coordenador da Guarda do Casarão, José Roberto de Souza, os investimentos da atual gestão da Prefeitura têm sido fundamentais para fortalecer o congado regional.

O terno da Guarda é composto por camisa azul, representando a cor do manto de Nossa Senhora do Rosário; calça branca para resgatar a pureza de Maria, mãe de Jesus Cristo; além de quepe, sapato e cinto. Os bordados, botões e detalhes são diferenciados de acordo com a hierarquia na guarda. A produção dos 50 uniformes foi custeada pela Secretaria de Cultura e Comunicação Social e contou com a doação de tecidos pela iniciativa privada

O mais antigo congadeiro da cidade, Luiz Vicente Ferreira, foi o primeiro a ter a farda em mãos. Ferreira conta que começou a dançar há 60 anos quando era criança ao lado do pai. “Participava como marujo, vestindo saiote e capacete de pano”, lembra. Integrante da Guarda do Congo de Santa Rita, o congadeiro conta que passou a compor a Guarda do Casarão para ajudar a preservar as tradições locais e regionais. “O congo não pode acabar”, afirma.

Secretário de Cultura e Comunicação Social, Fredy Antoniazzi (dir.), entrega farda do congo para o mais antigo congadeiro de Sete Lagoas, Luiz Vicente Ferreira (esq.)



Representação - A Guarda do Casarão é formada por componentes dos 22 grupos de congado da região e integra o projeto sociocultural “Africanidades” da administração municipal, o qual busca valorizar a cultura afro-descendente. Com sede no Centro Cultural, “a Guarda tem a função de repassar os valores do congado e inspirar a participação de jovens”, explica o secretário.

No próximo sábado (14), os congadeiros irão a Belo Horizonte para visita à rainha conga de Minas Gerais, Isabel Casimira, em evento comemorativo aos 123 anos de Abolição da Escravatura.


Origens do Congado - O capitão do congo, Gilson de Paula, narra que o congado surgiu na África, no país do Congo, para cortejar os reis locais como forma de agradecimento das pessoas aos governantes. Com a vinda de africanos para o Brasil durante o período de colonização portuguesa, sete irmãos congos (as vertentes do culto) desembarcaram em terras brasileiras e tiveram que incorporar traços dos cultos católicos. “Os senhores de engenho não aceitavam escravos não batizados”, conta o capitão.

Com a missão de cultuar Nossa Senhora do Rosário, as guardas do congo de Sete Lagoas representam soldados que protegem os reis e rainhas, assim como a coroa. O uniforme possui traços das fardas de marinheiros. “A lenda diz que os marujos negros encontraram, no mar, a imagem de Nossa Senhora e, desde então, as roupas passaram a fazer parte do congado”, explica Gilson de Paula.

Nas festas em honra à santa, os escravos rezavam e, segundo o capitão Gilson de Paula, as autoridades aproveitavam a ocasião para emprestar roupas e jóias, como forma de acalmar os negros devido à condição de submissão.

Para manter viva a tradição, congadeiros formam a Guarda do Congo do Casarão

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